P. EaD: “¡Aquí estoy! ¿Tú quién eres?”

 “¡Aquí estoy! ¿Tú quién eres?” – Jesper Juul e o unschooling da vida real aqui em casa


Ler Jesper Juul é como receber um chacoalhão com carinho. O livro ¡Aquí estoy! ¿Tú quién eres? me lembrou de uma coisa que eu já sabia, mas às vezes esqueço: que educar não é sobre moldar os filhos, mas sobre se deixar transformar por eles. Aqui em casa, vivendo o unschooling com Ana e Davi, isso acontece todos os dias.


Juul fala muito sobre limites pessoais, responsabilidade emocional e a importância de um contato verdadeiro entre adultos e crianças. Nada de fórmulas prontas ou manuais de obediência. Ele propõe algo muito mais radical e delicado: que a gente seja honesto, que diga “não” sem medo, mas com amor — e que a gente reconheça que poder sem responsabilidade vira abuso, mesmo que a intenção seja boa.


E é aí que o unschooling encontra Juul:

Aqui em casa, a educação não está separada da vida. Não tem grade curricular fechada, não tem obediência cega, não tem castigo travestido de “consequência”. Tem conversa, tem negociação, tem frustração, tem sim e tem não. E tem muito afeto.


Já vivi várias vezes o que Juul descreve quando fala que uma criança não está “testando limites” — ela está buscando contato verdadeiro. Davi, por exemplo, quando entra em modo monólogo sobre games, não está apenas falando de joguinho. Ele está se revelando, querendo ser visto. É ali que ele me mostra quem ele é, e eu preciso estar inteira pra dizer: “¡Aquí estoy!” 


Ana também me ensina todos os dias o que significa ter limites próprios. Ela não é daquelas que topam tudo pra agradar. Ela se posiciona, questiona, desafia. E eu agradeço. Porque é essa coragem que eu quero cultivar nela — e em mim.


Juul diz que crianças não precisam de adultos perfeitos. Elas precisam de adultos autênticos, que sabem reconhecer seus próprios limites, que não jogam suas frustrações nos filhos, que sabem pedir desculpas e recomeçar. Isso vale ouro. Porque aqui em casa a gente não quer criar crianças moldadas para agradar o mundo. A gente quer construir relações reais, em que todo mundo importa, em que todos somos pessoas inteiras — com voz, com história, com dignidade.


Se você está nessa jornada do unschooling, ou se só quer repensar como se relaciona com as crianças da sua vida, esse livro é uma joia. Mas não espere regras. Juul não dá fórmulas. Ele provoca. Ele convida. Ele cutuca. E no fim das contas, o que ele diz é simples (mas nada fácil): seja verdadeiro com você mesmo, e então você vai conseguir estar de verdade com os outros — inclusive com os seus filhos.

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