P. EaD: Os games na educação

Um dos primeiros campos em que encontramos inspiração foi o uso de videogames na aprendizagem. Enquanto muitos ainda viam os jogos como meros passatempos ou distrações, pesquisadores como James Paul Gee e Paul Darvasi demonstravam que os videogames podiam ser ferramentas poderosas para ensinar linguagem, resolução de problemas, pensamento crítico e até mesmo questões sociais e éticas.

James Paul Gee, por exemplo, argumenta que os bons videogames são essencialmente sistemas de aprendizado. Eles apresentam desafios progressivos, estimulam a experimentação e oferecem feedback imediato – elementos fundamentais para um aprendizado eficaz. Paul Darvasi, por sua vez, explora como jogos como GTA, This War of Mine e Papers, Please podem ensinar sobre guerra, imigração e dilemas morais de uma maneira muito mais envolvente do que um livro didático.

Além desses, o livro Homo Zapiens, de Viktor Pelevin, nos trouxe reflexões profundas sobre mídia, narrativa e a maneira como os jogos e a cultura pop moldam nossa percepção da realidade.

Com base nesses estudos, incorporamos os jogos eletrônicos ao aprendizado de Ana e Davi de maneira intencional. Usamos The Witcher 3 para explorar dilemas filosóficos, Assassins Creed para estudar história e estratégia, Minecraft para desenvolver noções de arquitetura e design, e tantos outros exemplos que transformaram os videogames em verdadeiros aliados do aprendizado. 

Para muitos, o videogame ainda é visto como fuga, distração, vício ou perda de tempo. Mas na nossa casa, onde a aprendizagem não acontece por coerção, mas por curiosidade, os games se revelaram algo bem mais profundo: uma linguagem, um dispositivo pedagógico.

Ao reconhecer isso, não estamos dizendo que todos devem aprender por meio dos games. Estamos dizendo que, quando nos libertamos da rigidez de uma pedagogia industrial, aprendemos a ver o saber onde antes só víamos distração.

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