P. Cine&Tela: Uma análise de Umbrella Academy


Eu e a minha família adoramos ler os quadrinhos, ver a série, e analisar "The Umbrella Academy". Foi criada por Gerard Way e ilustrada por Gabriel Bá. A trama segue uma família disfuncional de irmãos adotivos com superpoderes, criados por Sir Reginald Hargreeves para salvar o mundo. Hoje, eu quero compartilhar uma análise dos arquétipos, arcos dos personagens, estrutura narrativa e criação de mundo desta HQ ...

Analisando os Arquétipos dos Personagens de The Umbrella Academy

Essa série é cheia de conflitos familiares e dilemas morais, o que torna os arquétipos bem marcantes. Aqui está o que eu percebi sobre cada um dos irmãos Hargreeves:

Luther Hargreeves (Número Um) – O Herói/Protetor

Luther é o típico líder que carrega o peso da responsabilidade nos ombros. Ele segue cegamente as ordens do pai, mesmo quando tudo indica que não deveria. Isso reforça o arquétipo do Herói, pois ele acredita que sua missão é proteger os irmãos. Mas também tem um lado Protetor, pois sempre tenta manter a família unida, mesmo quando ninguém mais parece se importar. O problema é que essa devoção muitas vezes o deixa preso a uma visão rígida do que é certo e errado.

Diego Hargreeves (Número Dois) – O Rebelde/Vigilante

Diego tem habilidades incríveis com facas e um senso de justiça bem forte. Ele odeia autoridade e está sempre se rebelando contra as ordens do pai (e do Luther, quando ele tenta agir como líder). Isso o encaixa no arquétipo do Rebelde, mas também do Vigilante, porque ele quer fazer justiça do jeito dele. O problema é que esse desejo de independência o torna impulsivo, e ele nem sempre pensa antes de agir.

Allison Hargreeves (Número Três) – A Comunicadora/Manipuladora

Allison tem um dos poderes mais perigosos: basta dizer "Eu ouvi um boato..." para manipular a realidade. Isso a coloca no arquétipo da Comunicadora, já que sua força está na palavra, mas também da Manipuladora, pois sua habilidade levanta dilemas éticos gigantes. Ela quer usar seu poder para o bem, mas já abusou dele no passado, principalmente em sua vida pessoal. Isso a torna uma personagem cheia de conflitos internos.

Klaus Hargreeves (Número Quatro) – O Místico/Sábio

Klaus é um dos personagens mais complexos. Ele pode se comunicar com os mortos, o que o encaixa no arquétipo do Místico, mas sua jornada também tem elementos do Sábio, pois, apesar de parecer caótico, ele traz muitas reflexões profundas. O vício dele é uma fuga da dor e da responsabilidade, mas conforme a série avança, ele começa a aceitar seu poder e amadurecer.

Número Cinco – O Estrategista/Aventureiro

Número Cinco é um gênio da estratégia e um viajante no tempo, o que já deixa claro seu arquétipo de Estrategista. Ele sempre está pensando à frente e tentando evitar desastres. Mas também tem o lado Aventureiro, porque vive saltando entre linhas do tempo e enfrentando ameaças. O mais interessante é que, apesar da aparência de criança, ele tem uma mente de adulto endurecido pelas experiências. Isso cria uma dinâmica única dentro da equipe.

Ben Hargreeves (Número Seis) – O Espírito/Sombra

Ben está morto, mas ainda influencia os eventos por meio de Klaus. Isso o coloca no arquétipo do Espírito, pois ele simboliza memórias, traumas e o passado que assombra os irmãos. Mas ele também carrega o arquétipo da Sombra, pois representa o que poderia ter sido diferente se ele estivesse vivo. Sua presença constante como fantasma traz um peso emocional grande para a história.

Vanya Hargreeves (Número Sete) – A Pária/Destruidora

Vanya começa a história como uma figura ignorada e sem poderes aparentes, o que a encaixa no arquétipo da Pária. Mas, quando descobre a verdade sobre si mesma, se transforma em uma força destrutiva. Isso a faz assumir o arquétipo da Destruidora, pois seu poder ameaça toda a realidade. O interessante é que seu arco é um dos mais trágicos, pois sua exclusão foi o que levou ao desastre.

Conclusão

O que mais gosto em The Umbrella Academy é como cada arquétipo é bem construído e se desdobra de forma natural na história. Nenhum personagem é totalmente bom ou ruim, e todos carregam traumas que moldam suas atitudes. Isso torna os conflitos mais reais e intensos. Analisar os arquétipos me ajudou a entender melhor como personagens complexos são escritos e como suas jornadas refletem suas personalidades.


Estrutura narrativa

"The Umbrella Academy", criada por Gerard Way e Gabriel Bá, destaca-se não apenas pelo seu enredo intrigante e personagens cativantes, mas também pela sua complexa estrutura narrativa e pelas técnicas habilidosas de criação de mundo. A história em quadrinhos, que posteriormente foi adaptada para uma série de sucesso da Netflix, apresenta uma abordagem única e multifacetada à narrativa de super-heróis.

A estrutura narrativa de "The Umbrella Academy" é marcada por uma combinação de elementos de diferentes gêneros, incluindo ficção científica, fantasia e drama familiar. A história gira em torno dos membros disfuncionais de uma família superpoderosa que foi reunida por um excêntrico milionário e criada como uma equipe de super-heróis desde a infância. A morte desse milionário, Sir Reginald Hargreeves, leva os irmãos a se reunirem após anos de separação, cada um lidando com suas próprias cicatrizes emocionais e problemas pessoais.

A estrutura não linear da narrativa é um dos aspectos mais distintivos da série. A história salta no tempo, alternando entre eventos passados e presentes, revelando gradualmente informações sobre o passado dos personagens e os eventos que moldaram seu presente. Esse estilo de narrativa fragmentada aumenta a complexidade da trama e cria suspense, mantendo os leitores engajados enquanto desvendam os mistérios por trás dos personagens e do mundo que habitam.


Conclusão

Tanto nos quadrinhos quanto na série "The Umbrella Academy", há uma riqueza de material para explorar reflexões filosóficas. Ao analisar as jornadas dos personagens e os dilemas que enfrentam, é possível abordar questões profundas sobre identidade, livre arbítrio, moralidade, poder e o propósito da vida. Essas narrativas fornecem uma plataforma poderosa para reflexão e discussão filosófica, enriquecendo a experiência do leitor ou espectador.


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