P. HQs: Os pilares da civilização

 O que aprendi lendo Os Pilares da Civilização


Quando começamos a ler Os Pilares da Civilização aqui em casa, eu já sabia que Yuval Noah Harari gostava de questionar tudo o que a gente acha óbvio sobre a história. Mas esse livro me fez ver a civilização de um jeito completamente diferente. Sempre ouvi que a Revolução Agrícola foi um grande avanço para a humanidade, mas Harari mostra que, na real, pode ter sido uma armadilha.

A parte que mais me fez pensar foi sobre como, depois que os humanos começaram a plantar e criar cidades, a vida ficou muito mais difícil para a maioria das pessoas. Em vez de ter uma alimentação variada como os caçadores-coletores, os primeiros agricultores passaram a depender de poucos alimentos, tipo trigo e arroz, e isso deixou todo mundo mais fraco. Sem contar que, ao ficarem presos à terra, eles trabalhavam mais e tinham menos liberdade. Isso virou um grande debate aqui em casa: será que a gente teria sido mais feliz se nunca tivéssemos criado cidades?

Outro ponto que me chocou foi como a escrita surgiu. Sempre achei que escrever foi inventado para registrar histórias e conhecimento, mas Harari explica que os primeiros sistemas de escrita eram basicamente para controlar impostos e estoques. Ou seja, não era para arte ou literatura, e sim para organizar riquezas e poder. Isso me fez pensar muito sobre como a sociedade sempre foi estruturada para beneficiar alguns e dificultar a vida de outros.

O mais louco foi perceber que, mesmo hoje, ainda seguimos muitas das mesmas ideias que começaram lá atrás. A crença no dinheiro, nos governos e nas leis vem da necessidade de organizar grupos enormes de pessoas. Meu pai disse que tudo isso são "realidades imaginadas", e no começo eu não entendi, mas depois percebi: nada disso é uma lei natural, fomos nós que criamos e decidimos seguir.

No fim, Os Pilares da Civilização me ensinou que o mundo como a gente conhece poderia ter sido muito diferente. As escolhas feitas lá no passado moldaram tudo, e às vezes nem foram as melhores escolhas possíveis. Fiquei com a sensação de que a história da humanidade ainda está sendo escrita – e que talvez a gente possa mudar algumas dessas regras no futuro.


O que o jogo Dawn of Man me ensinou sobre Sapiens e Os Pilares da Civilização


Ler os quadrinhos Sapiens e Os Pilares da Civilização e jogar Dawn of Man foi como montar um quebra-cabeça gigante sobre a história da humanidade. Antes, eu só via o jogo como um desafio de estratégia – construir uma vila, coletar recursos, sobreviver ao inverno… Mas depois de ler os livros do Yuval Noah Harari, comecei a enxergar tudo isso de um jeito muito mais profundo.


No início do jogo, a gente controla um pequeno grupo de caçadores-coletores. Eu já sabia que eles viviam assim antes da agricultura, mas em Sapiens entendi o porquê: esse estilo de vida era muito mais flexível. No jogo, percebi que eles tinham que seguir os ritmos da natureza, caçando no momento certo e migrando quando os recursos acabavam. E foi aí que caiu a ficha – a Revolução Agrícola, que sempre foi ensinada como um grande avanço, na verdade, trouxe vários problemas, como explicam os livros.


Quando cheguei na fase agrícola do Dawn of Man, vi na prática o que Harari diz em Os Pilares da Civilização: depois que os humanos começaram a plantar, não podiam mais simplesmente ir embora quando a comida faltava. No jogo, conforme minha vila crescia, comecei a enfrentar doenças, ataques de invasores e períodos de fome. Exatamente como no livro, percebi que a vida ficou mais difícil, mais controlada e menos livre.


Outro detalhe que me fez pensar foi o papel das construções e do poder. No jogo, quando a vila cresce, eu preciso de mais organização – construir armazéns, criar regras, treinar soldados. Em Os Pilares da Civilização, Harari explica como a escrita e as burocracias nasceram desse tipo de necessidade. Eu achava que os primeiros registros eram para guardar histórias, mas não – era para contar impostos e controlar as pessoas. E foi assim que, sem perceber, minha vila no jogo começou a se tornar um lugar menos igualitário, com alguns tendo mais recursos que outros.


No final, jogar Dawn of Man enquanto lia os quadrinhos do Harari me fez entender a história da humanidade não só como algo que aconteceu no passado, mas como um processo cheio de escolhas. Algumas deram certo, outras nem tanto. Mas o que mais me marcou foi perceber que as regras do mundo não são fixas – são construídas por nós. E se conseguimos criá-las, talvez possamos mudá-las também.


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