P. Videogames: GTA e movimentos que mudam o mundo

Sabe, enquanto a gente jogava GTA, minha mãe me contou uma coisa que ela leu muito legal pra gente pensar junto, assim:

“[...] Movimentos que buscam mudar o mundo frequentemente começam com a reescrita da história, permitindo reimaginar o futuro. Se você quer que trabalhadores façam uma greve geral, que as mulheres assumam que são donas do próprio corpo ou que minorias oprimidas exijam direitos políticos — o primeiro passo é recontar sua história. A nova história vai explicar que “nossa situação atual não é nem natural nem eterna. As coisas uma vez já foram diferentes. O mundo injusto que conhecemos hoje foi criado apenas por uma série de eventos ocasionais. Se agirmos com sabedoria, poderemos mudar este mundo e criar um muito melhor. É por isso que marxistas recontam a história do capitalismo, que feministas estudam a formação das sociedades patriarcais e que afro-americanos rememoram os horrores do tráfico negreiro. O objetivo não é perpetuar o passado, e sim libertar-se dele”. Yuval Noah Harar


Quando ela falou isso, eu percebi que muitos grupos no mundo fazem exatamente isso: eles olham pra história, percebem o que tá errado e tentam imaginar um mundo mais justo e mais bonito. Por exemplo, quem luta pra proteger a natureza, quem faz permacultura, quem escolhe viver com menos coisas, quem constrói casinhas minúsculas, quem tenta gerar menos lixo ou consumir bem menos… Todos eles estão dizendo: “O mundo não precisa ser desse jeito que destrói tudo e deixa as pessoas tristes e desiguais.”

A gente também entendeu uma coisa muito importante: somos animais que vivem em grupos. Por isso, toda vida em grupo tem alguma organização, tem regras, tem hierarquias (tipo quem cuida, quem protege, quem orienta). Isso faz parte de ser humano. Mas tem um problema gigante: hoje, o que manda nessa hierarquia é quem tem mais dinheiro, mais coisas, mais poder. E isso não é natural — isso é uma invenção das pessoas. E essa invenção tá destruindo a natureza, deixando gente passando fome, gente triste, gente sendo tratada como menos.

E sabe o que é louco? É que os humanos, pra se sentirem seguros, precisam se sentir aceitos, amados, valorizados. Isso faz parte de quem a gente é. Só que, no mundo de hoje, as pessoas acham que só são valorizadas se tiverem dinheiro, carro, mansão, roupa cara. E isso é uma armadilha que deixa todo mundo infeliz. Por isso existem tantos movimentos e pessoas que estão dizendo: “Chega! Dá pra viver de outro jeito.”


🎮 E o que o GTA tem a ver com isso?


Quando a gente joga GTA, parece que é só zoeira, né? Mas, se a gente olha com outros olhos, percebe que o jogo também faz a gente pensar nessas coisas.

O GTA mostra uma cidade cheia de desigualdade, onde quem tem dinheiro manda, e quem não tem se vira como pode. O jogo faz a gente viver na pele personagens que desafiam as regras, que não aceitam aquele sistema que só funciona pra quem tá no topo.

Quando você joga, começa a perceber que as regras do jogo são muito parecidas com as regras do mundo real. Quem tem dinheiro faz o que quer, quem não tem sofre. E o mais maluco é que, no jogo, às vezes, pra sobreviver, você precisa quebrar regras, fazer escolhas difíceis, erradas ou duvidosas. Isso faz a gente pensar:

“Por que será que o mundo é assim? Será que não dá pra ser diferente?”

Então, jogar GTA não é só brincar. É também um jeito da gente conversar sobre como o mundo funciona, como as histórias que nos contam fazem a gente acreditar que “sempre foi assim”, quando na verdade, não foi. Nem precisa ser.

Se a gente entende isso, começa a sonhar, imaginar e construir mundos melhores — na vida real e até dentro dos jogos. 🌍✨

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